quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não faço "times", não ergo pedestais.

O problema da memória é que ela está lá, impávida, esperando para despertar e nos assustar ou nos fazer derramar tardias lágrimas.
Um dia a gente se olha no espelho e vê que a gente mesmo mudou, que só resta a memória do que fomos...se prestarmos atenção também veremos as mudanças interiores, aquelas que o espelho não registra.
De algum modo é bom que seja assim. Creio que ninguém suportaria a réplica de si mesmo, inapelavelmente colada a nós, sem mudança alguma. Mesmo que tenhamos medo das mudanças, elas são a única forma de seguirmos em frente, de evoluírmos.
Eu não tenho medo de mudanças, eu as espero.
Lembro de que, quando pequena eu desejava ser velha. para mim, a velhice era a última parada da sabedoria. É evidente que eu estava enganada quanto a relação da velhice com a sabedoria, conheci e conheço velhos completamente imaturos, incapazes de uma só frase inteligente ou minimamente sábia. Velhos que, mesmo aos 40 anos, já sabiam tudo, já entendiam de tudo, já tinham opiniões formadas sobre si mesmos e sobre tudo, como se tivessem acabado de sair da música de Raul Seixas.
Ainda assim, não me importo de envelhecer.Eu não sei nada, eu desejo aprender tudo e não tenho opinião formada sobre nada, nem sobre ninguém. Não faço "times", não ergo pedestais.
Eu observo e aprendo...

Um comentário:

  1. E é a melhor coisa. A observação é uma arma. :)
    Arrasou no texto.

    :*

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