quarta-feira, 18 de maio de 2011

Não faço "times", não ergo pedestais.

O problema da memória é que ela está lá, impávida, esperando para despertar e nos assustar ou nos fazer derramar tardias lágrimas.
Um dia a gente se olha no espelho e vê que a gente mesmo mudou, que só resta a memória do que fomos...se prestarmos atenção também veremos as mudanças interiores, aquelas que o espelho não registra.
De algum modo é bom que seja assim. Creio que ninguém suportaria a réplica de si mesmo, inapelavelmente colada a nós, sem mudança alguma. Mesmo que tenhamos medo das mudanças, elas são a única forma de seguirmos em frente, de evoluírmos.
Eu não tenho medo de mudanças, eu as espero.
Lembro de que, quando pequena eu desejava ser velha. para mim, a velhice era a última parada da sabedoria. É evidente que eu estava enganada quanto a relação da velhice com a sabedoria, conheci e conheço velhos completamente imaturos, incapazes de uma só frase inteligente ou minimamente sábia. Velhos que, mesmo aos 40 anos, já sabiam tudo, já entendiam de tudo, já tinham opiniões formadas sobre si mesmos e sobre tudo, como se tivessem acabado de sair da música de Raul Seixas.
Ainda assim, não me importo de envelhecer.Eu não sei nada, eu desejo aprender tudo e não tenho opinião formada sobre nada, nem sobre ninguém. Não faço "times", não ergo pedestais.
Eu observo e aprendo...

sábado, 7 de maio de 2011

Creio

A humanidade evolui, é um fato; queiram ou não queiram os homens.
Deus nos criou para ser, cada dia, cada época, um pouco melhores do que fomos anteriormente. Por esta razão Ele não castiga e não condena ao "inferno", apenas nos faz viver as consequências - quaisquer sejam - de nossas ações para aprendermos. Aprender é o grande lance do criador.
Sou kardecista e acredito firmemente na pluraridade das existências; acho de uma irrefrutável lógica, já que em oitenta anos, por exemplo, há pessoas que modificam suas concepções muito pouco. E o que se diria de um homem como Bin Laden? Não é ele um filho de Deus - ainda que não aja como um - que procurava defender uma ideologia aprendida - ainda que totalmente equivocada - por ter sido criado numa cultura de violência e desamor ao próximo? Não é similiar - embora proporcionalmente muito mais danoso - ao Virgulino Ferreira, o lampião nordestino cuja violência se explica - porém não se justifica - por haver sido criado num ambiente violento e injusto?
Não existem "filhos do demônio", pois o mal é incapaz de produzir alguma coisa que tenha a possibilidade - mesmo remota - de ser boa, como é o ser humano, esse poço de dualidades.
Cada ser humano que já se viu vítima de preconceito, violência, maldade, malícia, prevaricação ou que os exerceram, aprenderá na carne as consequencias dessa posição através da satisfação ou negação de sua ideologia. E o mundo muda, conforme os planos de Deus - incrivelmente - para melhor a cada dia.
Osama ou virgulino, ou todos os que se lhes assemelhe, um dia renascerão para a luz, para aprender e compreender o bem e o perdão.
Eu creio nisso, como na boníssima misericórdia divina. Creio-o como na existência de Deus.