sábado, 20 de junho de 2009

Mas, eu to falando de amor

Acho digno, mas radical, quando dizem "eu não vou amar nunca mais".
Na verdade, quem fala assim não está bem falando de amor, mas dessa "doença" que nos ataca na juventude e se chama "emoção desenfreada". Tenho visto isso nas minhas horas de observação divertida da juventude à minha volta. (O Rex acha isso maçante ao cubo e cochila)
Na juventude somos emocionalmente suicídas, queremos é uma bela tragédia, depois de uma sessão de sexo tórrido e chamamos isso de "amor"...a gente enfeita isso com borboletas, coraçõezinhos e anjinhos, mas na verdade a vida afetivo/sexual dos adolescentes, e de alguns pseudo-adultos, trintões passados e e outros "ões", para ser democrática, está mais para um filme pornô-gótico, meio punk, meio grounge (é assim que escreve o nome do estilo do Nirvana?). Curt Cobain foi o papa dessa história de "eu te amo até morrer, mas primeiro vamos transar muito".
Amor é um sentimento tranquilo e libertador, que pode ou não envolver sexo, mas que, sobretudo, envolve conforto, apoio e consideração. Quem ama não trai, por que não sente necessidade; não mata, por que prefere abrir mão da pessoa que prejudicá-la, e por ai vai.
Acho que um dia a gente acaba amando de verdade e gostando disso, já que trepar todo mundo já sabe e muitas vezes dá é uma preguiça miserável, pelo visto. (O Rex me adverte sobre a linguagem chula....vá se danar, dinossauro metido! Ah, para quem não sabe ele vive dentro da minha cabeça, é um crítico severo, pior que o finado Paulo Francis. Por ele eu não escrevia...mas, eu nem ligo e escrevo.)
Sexo a gente conhece por instinto, todo mundo sabe trepar...amar a gente vai aprendendo, vai adquirindo a módicas prestações, como um consórcio. Quanto maior a prestação melhor o carro, mais depressa vem.
Essa é minha opinião. Mas, ela não corresponde necessariamente a nenhuma outra verdade que não a minha mesmo. Já tive dezoito anos, já mergulhei fundo no poço escuro e úmido das paixões sem futuro, já tive emoções desenfreadas; já fui ávida e tive fome e sede de viver loucamente, como qualquer vampiro.
Já fiz meus "pornôs" (O Rex levanta sua sobrancelha deviniveana, assombrado), já chorei e me descabelei de coração partido.
Mas, cresci. Amei de verdade, deixei esse amor ir quando acabou sem maiores traumas que umas pequenas lágrimas. Vivo hoje um amor cheio da tranquilidade das tardes de domigo - daquelas de chuva, com filme, pipoca e refri - do calor das meias velhas para pés que desejam conforto e não beleza, do sexo que satisfaz sem que precisemos abrir o livro do Kama-Sutra, sem os traumatismo musculares decorrentes. Apenas prazer tranquilo e sono bom depois.
Acredito que todos um dia amarão assim. Mesmo os que hoje dizem: "eu não quero amar nunca mais!"


(O Rex lembra dos que, durante a ressaca, juram nunca mais tocar em bebida alcóolica, com uma sinceridade que só dura até a próxima farra... verdade, Rex, arrasou!)