quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A insuportável vida sem o Lex

Se eu for tomar Lexotan como eu gostaria, tava ferrada eu e o Papa.
Receitado pelo médico, por que eu não sou doida de me auto medicar, de cajú em cajú eu tomo um Lex. Só quando fico agressiva. Só quando estou em tempo de morder alguém na jugular. Fora isto, apenas meditação.
Já tomei uma porrada de remédios quando estava tão deprimida que morrer era lindo. Mas, consegui controlar isso. Com meditação e, sobretudo, com um sentimento de "demência" diante das coisas fatais.
Minha melhor frase é: Isso é assim mesmo.
Pronto! É assim mesmo e breu. Não tem o que fazer? Tá feito.
Mas, há dias - ai de mim! - em que a vida seria insuportável sem o Lex.
Dias em que nem o mergulho no mais profundo do meu inconsciente poderia me salvar do desespero, nem se o próprio Buda descesse.
Não recomendo a ninguém refugiar-se no mundo tranquilo do Lex, mas recomendo que fale com seu médico e diga a ele que mesmo Pollyana teve seus dias mais sombrios.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Eu não sou quem você pensa.


Eu sou uma pessoa. Tenho defeitos, ilusões e gostos. Tenho desgostos também. Não creio em anjos. Faço apologia de mim mesma, me exponho. Me coloco à força na vida das pessoas, saio da vida das pessoas de forma tão sutil que me acreditam invisível. A voz de Zé Ramalho me comove. Eu me comovo com qualquer beleza crua. Eu me prendo a detalhes mínimos. Eu deixo passar o boi e a boiada, deixo que as jangadas partam para o mar sem fim. Eu abro essa janela para o infinito e não me debruço nela, é só porque eu deteeeeeesto janelas fechadas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como gastar pólvora com o cartucho alheio


Quanto mais eu vivo, menos me surpreendo com as pessoas.
Cada um que abra a sua boca e clame a Deus prêmios de que se acha merecedor; que rogue contra a injustiça; que se reconheça grande; que se ache bom! Ou ao contrário, se ache ruim, com a desculpa de que é humano e os humanos são maus.
Pior do que estes é o que faz o bem com moderação, com medo das consequências do bem.
Por que o bem tem consequências.
Você escapa das consequências do mal, se não o praticar, mas não há como o bem para se ramificar, se espalhar...quem faz o bem, sempre é incomodado para tornar a praticá-lo outra vez, e mais uma vez e mais uma.
É uma mera questão econômica! Aliás, é uma questão de se economizar...quem faz o mal se embriaga, mas se cura, normalmente...mas, quem faz o bem - seja em que modalidade - entra numa tal vertigem de visão das circunstâncias que rapidamente se recolhe à própria insignificância.
A visão mais perturbadora é a do sorriso de alegria, de alívio ou de gratidão do beneficiado. Isuportável para alguns, o rosto do beneficiado se ilumina, uma luz que vem direto de Deus, eu acho. Nem todo mundo suporta essa luz. Por esse motivo se negam.
É muito para alguns.
Outra, fazer o bem nos coloca na prespectiva ótica da nossa própria insignificância.
Quem somos nós afinal?
Que importância temos, mesmo quando ocupamos posições de conforto e destaque na sociedade humana?
A verdade é que somos, materialmente, nada. Perecíveis como qualquer yorgute. Perecíveis como "presunto" que somos (independente de sermos light). Materialmente somos pouco mais que uma mortadela.
(O Rex gargalha e diz que eu não me emendo... Não mesmo, dinossauro!)
Fazer o bem, praticar a caridade, tentar mudar a realidade (dura e pesada) de uma só pessoa, nos dá a real dimensão disso. Reconhecer que o outro sofre de uma necessidade,nos faz ver que muitos mais sofrem e que nós também sofremos dessas necessidades e que talvez a nossa não seja atendida, por inúmeros motivos (é subjetiva, depende só de nós, é fictícia - o pior tipo ).
Não, não, não! Não gostamos disso!
Somos ricos, lindos, bonitos e joiados! Nosso mundo é perfeito! Nossa dor é maior que as meras dores dos outros! Nosso problema é maior!
Como gastar, então, pólvora com o cartucho alheio?
Vamos rezar por nós mesmos, não pelos outros.
Vamos guardar nossa solidariedade como bem pessoal e intrasferível.
Vamos nos apossar da verdade e da razão.
Vamos, em silêncio, verificar, avaliar, julgar e condenar a falta alheia.
Vamos mostrar nossa face Super...
"Enquanto isso, na sala da justiça..." quem quiser que se arrombe, por que não estamos nem ai!

E dessas coisa, rio eu, junto com o Rex, enquanto nos embriagamos de sol.